Sistema de Produção

Os animais raramente estão estabulados, alimentando-se em pastagens naturais e de algumas forragens semeadas destinadas ao pastoreio directo. Esta alimentação é, em grande parte do ano, muito desequilibrada o que demonstra a grande rusticidade dos bovinos Alentejanos. Nos últimos anos, começaram a verificar-se maiores cuidados com alimentação e com a recria dos animais. Iniciou-se o acompanhamento dos animais, e aumentaram-se as suplementações, o que permitiu melhorar a condição corporal, e consequentemente os índices produtivos e reprodutivos. Por outro lado, os animais jovens são actualmente mais acompanhados, o que lhes permite obter crescimentos mais precoces, entrar à reprodução mais cedo, e os que se destinam ao abate atingem as condições necessárias, com menos idade, mais peso e melhores carcaças.
Tradicionalmente a época de reprodução iniciava-se com a entrada dos touros nas vacadas a partir de Outubro e com a retirada em Abril ou Maio, para que, deste modo, as fêmeas venham a ter os seus partos no inicio do Verão, altura do ano em que a sua condição corporal é normalmente boa e proporcionando que o desmame dos vitelos coincida com a Primavera, beneficiando estes de um ambiente mais favorável. Este procedimento também está relacionado com tradicional aproveitamento de restolhos do Verão, permitindo uma melhor alimentação das fêmeas antes do parto.
Nos últimos anos, resultado da necessidade do Agrupamento de Produtores CARNALENTEJANA S.A. ter animais disponíveis para comercialização durante todo o ano, evitando assim uma produção sazonal, diversos criadores optaram por manter os touros durante todo o ano na vacada e, assim, terem as fêmeas a parirem ao longo de todo o ano.
O desmame dos vitelos efectua-se quando estes atingem os seis/sete meses, podendo este período ser alargado conforme a época do ano, condição corporal das mães, desenvolvimento dos próprios vitelos e condições climáticas. Quanto melhor for o estado dos vitelos mais cedo poderão ser desmamados, protegendo assim as mães (Cruz, 1992).

Distribuição do número de partos ao longo do ano
(97250 partos registados desde o ano 2000)
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